Hidrologia da Amazônia: Avanços e perspectivas no monitoramento por sensoriamento remoto

RESUMO: A Bacia Amazônica abriga um dos ecossistemas mais vitais do planeta, desempenhando um papel crucial  na regulação do clima global. No entanto, a Amazônia enfrenta graves ameaças de pressões antropogênicas, como  desmatamento, incêndios, construção de barragens e mineração ilegal. Além disso, a mudança climática exacerba  essas ameaças, com o aumento de inundações, secas e eventos intensificados, colocando em perigo o ambiente  aquático da bacia. Embora o monitoramento da água na Amazônia seja essencial, métodos em campo são limitados  devido ao seu vasto tamanho e áreas remotas. O sensoriamento remoto oferece uma alternativa fornecendo dados  espaço-temporais de alta resolução que são essenciais para a compreensão dos processos hidrológicos na bacia.  Avanços recentes em missões de Observação da Terra, incluindo sensores passivos (Sentinel-2/MSI, Sentinel-3/OLCI,  EnMAP, PRISMA, PACE, Landsat-8/9, PlanetScope SuperDove) e sensores ativos (Sentinel-1, SWOT, IceEYE)  expandiram significativamente as capacidades para detectar e monitorar a quantidade e a qualidade da água na  Amazônia. Esta seção tem um objetivo duplo: destacar como o sensoriamento remoto tem sido crucial para o estudo  da hidrologia da Bacia Amazônica e explorar novas aplicações de dados de sensoriamento remoto, particularmente no  contexto de mudanças climáticas, contribuindo assim para o gerenciamento sustentável e preservação deste  ecossistema crítico.